Feng Shui: esclarecemos melhor...
- Linda Ebrille
- 24 de fev.
- 4 min de leitura
Atualizado: 25 de fev.
Quando se pensa: «O que dizes, são só superstições? Autosugestão...?»
A essência da prática do Feng Shui é quase invisível.
Estátuas, ovos, amuletos... não são eles que alteram diretamente a nossa vida quotidiana, no entanto podem proteger-nos ou potenciar um fluxo já favorável, ajudando-o a alcançar resultados ainda melhores. É importante lembrar que este efeito se manifestará só no caso de colocar os objetos com precisão e de acordo com critérios bem definidos. Muitas vezes, esses objetos são escolhidos como ferramentas para a autossugestão. Podemos chamá-lo de Feng Shui Simbólico... A nossa mente também precisa de orientação e, por vezes, para orientar um caminho psicológico, essa abordagem pode levar a resultados concretos.
No Feng Shui clássico, dependendo do ano em que nos encontramos, implementaremos remédios que podem ser colocados com precisão em espaços específicos. Sempre de forma ocasional e subtil, como a acupuntura.
Uma verdadeira intervenção de Feng Shui foca em vários aspetos fundamentais para harmonizar o espaço de habitação. Começa com o ambiente externo, cuidando do arranjo de árvores, sebes, portões, fontes e vias de acesso — elementos que influenciam o fluxo de energia ao redor. Em seguida, analisa-se a estrutura do edifício, considerando sua forma, orientação e posição em relação aos principais elementos da paisagem, bem como o arranjo das entradas.
Ao observar o interior da estrutura arquitetónica, o Feng Shui analisa os movimentos (corpo = energia = fluxos de energia) determinados pelo arranjo das portas, janelas, formas dos espaços, iluminação, caminhos que conectam os diferentes ambientes e o tempo dedicado ao uso das várias áreas da casa. No caso de um novo projeto de construção, podemos determinar as funções e a disposição dos quartos com base na exposição do terreno, na posição escolhida para a entrada do edifício, na data de início das obras de construção e na data em que os habitantes entram na casa. Se estamos a lidar com uma casa ou apartamento já habitado, organizaremos os móveis de forma adequada, tendo em conta os fluxos de energia mencionados anteriormente e o ano de construção do edifício. Se os fluxos forem favoráveis, adaptaremos os espaços às funções principais dos habitantes, como dormir, trabalhar e cozinhar. Caso contrário, será aconselhável destinar os espaços para finalidades mais práticas, como arrumação ou armários, onde se passa pouco tempo no quotidiano. Os banheiros, com os seus ralos, podem ser uma grande ajuda ou um obstáculo, dependendo da sua localização.
Após ter em conta as várias possibilidades, passaremos à escolha das cores e de outros elementos essenciais, com o objetivo de criar um ambiente equilibrado e harmonioso.
Quando dizem: «Ah que giro! Estás a falar sobre Reiki, certo?...» ou também: «Ah, já pratico Reiki, por isso não preciso de aplicar curas na minha casa!»
O Reiki e o Feng Shui são práticas que podem ser integradas; embora ambas tenham como objetivo o nosso bem-estar, elas têm origens distintas e seguem caminhos diferentes. O Feng Shui nasce da observação da natureza e, partindo do princípio - 'Somos Um' -, analisa o mundo exterior (locais naturais, cidades, edifícios, casas, etc.) em relação ao nosso corpo para obter informações sobre a nossa saúde e o nosso percurso de vida.
Quando falamos de integração entre diferentes técnicas, referimo-nos a várias correntes do Feng Shui que combinam abordagens distintas para analisar tanto a casa quanto a pessoa. Entre elas, encontramos o Feng Shui Prânico, o Feng Shui Intuitivo e o Feng Shui Contemporâneo.
A nível global, a corrente mais conhecida e sobre a qual se encontra mais informações online é a escola Black Hat, também conhecida como Feng Shui Contemporâneo. Esta escola surgiu na Califórnia nos anos 80, com o objetivo de integrar diversas práticas: elementos básicos do Feng Shui tradicional, princípios da Nova Era, práticas energéticas e alguns conceitos do Vastú (uma antiga disciplina indiana dedicada à harmonização dos espaços habitacionais). O resultado é uma abordagem mais intuitiva e acessível.
O elemento central desta metodologia é a ligação entre a nossa energia pessoal e a energia da casa, com uma atenção especial ao aspecto psicológico e à conexão interior.
No Feng Shui Clássico, é necessário compreender os padrões energéticos que ligam o céu, a terra e o homem, assim como as profundas relações entre as formas presentes no ambiente e o corpo humano. A intuição se desenvolve e se afina paralelamente ao conhecimento teórico adquirido.
Sem uma prática sólida e um adequado suporte teórico, confiar exclusivamente no instinto pode gerar grandes mal-entendidos. Embora importante, a intuição não pode prescindir da compreensão dos princípios e dos ciclos naturais. Manter uma conexão com o próprio instinto é crucial, mas igualmente essencial é fundamentar a intuição em bases sólidas de conhecimento.
Quando ouvimos dizer: «Ah sim, sabe, diz-se que traz sorte colocar uma fonte na entrada!»
Ou ainda: «Coloquei um amuleto em forma de rã à frente da entrada porque dizem que traz mais dinheiro…»
Ou até: "«izem que a cama deve ser posicionada com a cabeceira virada para o norte…»
Quando falamos de Feng Shui, existem princípios orientadores bem definidos, mas não direções fixas para todos.
Para determinar se podemos colocar uma fonte na entrada, existem cálculos precisos, como o Xuan Kong Fei Xin e, em particular, o Xuan Kong da Gua. Cada espaço de análise terá uma disposição específica de mobiliário e cuidados anuais a serem implementados.
Portanto, encontraremos situações em que a cama orientada para o norte ou a secretária voltada para o sul não trarão benefícios aos habitantes.
Ao mesmo tempo, certamente, a cama sem cabeceira ou a secretária com as costas para a porta são princípios que todos fariam bem em observar.
\(★ω★)/
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